A atuação do Bahia foi ridícula, o placar castigante e as estratégias do técnico René Simões equivocadíssimas. Os 3 a 0 ficaram baratos, tamanha burocracia do futebol praticado pelo tricolor baiano.
Alguns vão dizer: “o placar foi exagerado e resultou de erros individuais... o Bahia jogou bem”. Acreditem, acabei de ouvir isso por aqui, nessa sala de onde escrevo esse texto. Mas, sinceramente, espero que ninguém caia nessa. Quando Ávine perdeu a bola no segundo gol do São Paulo, havia um erro de posicionamento completo, de forma que Dagoberto entrou livre e marcou um golaço. No terceiro gol, um passe errado de Ricardinho e novamente a defesa ficou escancarada.
Mas o pior não foram nem os erros de posicionamento. Foi duro ver o Bahia com um jogador a mais e sem agressividade. Tocou, tocou, girou para um lado, depois para o outro, cruzou muito mal algumas bolas e não foi capaz de nos dar a impressão de que o gol poderia sair. Em nenhum momento me senti empolgado com uma única jogada.
Venho falando que o time do Bahia é frouxo e exacerbadamente resguardado. Falei que o esquema de René Simões chama muito mais empates e derrotas do que triunfos. E se o quadro não é pior, devemos agradecer a dois zagueiros muito guerreiros que temos e um goleiro de altíssima qualidade. Aliás, eu dizia antes mesmo do jogo do último domingo que ,caso o Bahia vencesse o Figueirense, René Simões ganharia sobrevida e a torcida iria se empolgar. Ainda hoje, ouvi um colega de trabalho dizer em quatro triunfo consecutivos, sendo que hoje aconteceria o segundo... faça-me rir. Eu sou muito Bahia, torcedor doente, presente, mas não posso me iludir diante da realidade que vejo e analiso. Estou tentando ser justo comigo e com meus leitores.
Não vou ficar aqui me iludindo e nem iludindo a você leitor, então peço que vejam meus argumentos e tirem suas conclusões. O Bahia é isso ai: Apenas três triunfos, uma porrada de empates (6) e cinco derrotas. Aproveitamento baixo, apenas há dois pontos da zona temida. René Simões é isso ai, cheio de filosofias, mas também de equívocos.
Entrar com Marcos, ao invés do Gabriel, foi péssimo. Um primeiro erro na minha opinião. Entrar com Lulinha e manter Ricardinho no banco foi péssimo também. A qualidade do passe é mais importante do que correria em um jogo difícil como o de hoje. Substituir Reinaldo por Júnior, ao invés de colocar o Jones Carioca, foi também ruim. O Jones tem alguma qualidade com a bola nos pés e poderia ser mais perigoso, embora Júnior tenha se esforçado bastante. Quando Jones entrou já era tarde demais.
Mas tudo bem, chega de criticar René. Para ele, dou uma nota 3,0. O discurso dele é lindo, ele tem o dom, mas torcedor quer bola na rede. Chega de jogar bonito e perder ou empatar. Ao Bahia, minha nota 4,0, alguns jogadores dão o suor pelo time.
O melhor jogador, para mim Paulo Miranda, um belíssimo zagueiro. O pior jogador: Lulinha. Não cumpriu o que deveria. Marcos, um jogador limitado, mas eu não espero tanto dele, de forma que não posso cobrá-lo. E olhe que ele nem foi ruim assim, não comprometeu. Jóbson não esteve bem tecnicamente, apenas foi lutador. Não o critico pelo que ele jogou, pois teve quem jogasse pior, mas pelo que ele pode render e mais uma vez não rendeu. Ávine, muito mal, tímido e pode jogar muitíssimo mais. Reinaldo foi apagado, mas também ficou muito isolado. Lulinha corre, corre e perde a bola. Já está manjado e não assusta mais. Os demais jogadores, regulares.
No jogo de domingo, contra o Atlético-GO, o tricolor baiano tem grandes possibilidades e caso ganhe, René, mais uma vez, vai respirar aliviado. A torcida vai novamente se empolgar. Mas o Bahia não vai evoluir mais do que isso. Já são 14 jogos, se tivesse que crescer com René, já tinha começado. O que me preocupa é que os times de baixo começaram a ganhar. Avaí venceu duas seguidas, Atlético-PR já tem o mesmo número de triunfos que o Bahia, o Santos tem três partidas a menos. O Atlético-MG e o Grêmio são times que a qualquer momento podem crescer também. O Bahia corre sérios riscos.
E finalizo dizendo: Quem paga para ver, vê demais. Acorda Bahia, acorda diretoria!
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