Lembro do primeiro jogo do Bahia que tive a oportunidade de assistir na Fonte Nova. Uma semi-final de Brasileirão 1988, o tricolor baiano enfrentava o tricolor das laranjeiras, com as arquibancadas totalmente lotadas. Uma miscelânia de novidades e emoções na cabeça de uma criança de seis anos.
Me espantei logo com a quantidade de pessoas com a camisa do Bahia. Uma multidão que chegava pela Ladeira da Fonte, com seus cantos e gritos de Bahêa, que me fizeram perceber que aquela coisa de torcer para o tricolor, vivenciada por mim dentro da casa de meus familiares, era algo muito mais sério do que uma brincadeira de criança. Tudo bem, eu dizia que era Bahia, minhas tias e meus primos diziam e eu repetia, claro. Na escola, eu até me ofendia se algum torcedor do Vitorinha viesse falar mal do tricolor. Mas a verdadeira dimensão do amor e emoção que sinto por esse time só pôde ser expressa com a minha primeira visita àquele estádio e ao jogo do meu clube amado.
Assistir e entender o futebol naquele momento era impossível. No ombro do meu genitor, eu assistia o movimento de jogadores no extenso gramado verde. Um gol do Fluminense que eu nem vi, tamanha quantidade de detalhes presentes no estádio, que minha curiosidade explorava. Em um dos poucos momentos do primeiro tempo em que, de fato, prestei atenção no jogo, vi Bobô colocar as bolas nas redes e empatar a partida. A arquibancada explodiu de emoção num grito de gol. Eu pensei que aquele concreto desabaria. E então, vi que todas as reações nas arquibancadas eram resultado do que acontecia em campo e passei a prestar mais atenção.
No segundo tempo, Gil Sergipano marcava o segundo gol e mais uma vez a arquibancada quase "vinha abaixo". Dessa vez, vi meu genitor chorar, gritando "tamo na final, na final". Eu chorei também. Eu nem sequer sabia o que significava aquilo direito. Eu não tinha a dimensão do que aquilo representava. O jogo acabou, a galera saiu cantando "Êa, êa, é tricolor, é tricolor". Os repórteres de rádios e TVs faziam a cobertura na ladeira da Fonte Nova. Uma emoção geral.
Viciei. Alguns dias depois voltei para assistir Bahia 2x1 Internacional. Dessa vez, meu coração palpitava o tempo todo. Só lembro do segundo gol do Bahia. Uma alegria só. Vi a bola se chocando contra a rede e senti a explosão nas arquibancadas. Alguém gritou: "Esse título é nosso, o ano é nosso". Este alguém estava certo. E o Bahia viria a se tornar Bi Campeão Brasileiro de Futebol.
Desde aquele ano, os confrontos entre Bahia e Fluminense ou Bahia e Internacional, passaram a ter um significado forte para mim. Quando esses jogos acontecem, espero com uma ansiedade semelhante de quando espero um BAVI. Já vibrei muito com o 1 a 0 sobre o Flu no Rio. Mas agora quero voltar a vivenciar, no estádio, um triunfo sobre o Internacional.
de arripiar salve salve o BAHÊA!!!!!
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